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domingo, 26 de setembro de 2010

O medo na infância

Gagez

            Por vezes, aquilo a que as pessoas chamam gaguez é somente uma disfluência normal. As repetições, pausas, bloqueios, bem como uma certa confusão entre o acto de "pensar e falar" são normais em todas as crianças que estão a iniciar a oralidade.
É no jardim de infância e na escola primária que os professores se deparam com as disfluências normais das crianças. Estas, com a pressa de expressar os seus pensamentos e necessidades, acabam por produzir um discurso com repetições e prolongamentos que pode sugerir gaguez.
Estudos realizados demonstram que as disfluências mais comuns ocorrem quando as crianças tentam usar estruturas linguísticas mais complexas em vez das mais simples. No entanto, estas disfluências tendem a diminuir, enquanto o desenvolvimento linguístico da criança melhora.
Existem algumas formas positivas de reagir face a esta etapa – torna-se importante que o adulto não mostre demasiado interesse ou ansiedade sobre o discurso da criança. Deve-lhe ser dado todo o tempo necessário para que fale, sem que nesse período seja interrompida.

POSSÍVEIS CAUSAS DA GAGUEZ
É impossível identificar um único e simples factor que possa ser causa da gaguez. De facto, parece-nos que esta é causada por várias condições e circunstâncias.
Embora a gaguez, às vezes, surja de repente, é vulgar que esta se desenvolva durante um período de tempo, sobretudo entre os 2 e os 7 anos. Quando não é dado interesse às repetições constantes, o mais certo é o desenvolvimento da linguagem das crianças se processar normalmente. Porém, se for dada demasiada atenção a estas disfluências, a criança pode começar a preocupar-se com o seu próprio discurso, aumentando ainda mais as repetições de palavras ou sons, entre outras coisas. Isto, por sua vez, vai fazer com que a ansiedade dos pais e professores cresça iniciando-se um ciclo vicioso.
Alguns peritos acreditam que esta disfluência, embora seja normal, é agravada por medo, raiva, ódio, humilhação, frustração, padrões de desempenho inacessíveis e pressões emocionais. Quando está alterada emocionalmente, a criança experiencia mais bloqueios no seu discurso.
Existem crianças que esperam executar um nível acima das suas capacidades, talvez movidas pelo desejo de adquirir o discurso adulto. Falar fluentemente é muito importante na nossa sociedade e o esforço para o conseguir pode ser demasiado, principalmente se o ambiente for agravado por pais ocupados, irmãos faladores e por uma nova experiência que é a escola. O ambiente familiar pode ainda reflectir uma educação muito rígida ou demasiado liberal e inconsistente, o que pode desencadear uma certa insegurança, que se reflectirá no discurso da criança.

Sinais de aviso para a gaguez
             Existem características gerais em crianças disfluentes que poderão servir de aviso para perigo de gaguez, como: repetição ou prolongamento de sons ou sílabas; tensão e esforço na produção de fala; tremores incontrolados dos lábios ou língua; evitamento da fala; acompanhamento da fala com caretas ou tiques; respiração descontrolada; etc. A própria conduta da criança pode ser característica, como a presença de comportamentos de atenção inadequados ou dificuldades motoras a nível oral. De qualquer forma, o início mais frequente passa pela repetição gradualmente mais acentuada de sílabas iniciais das palavras, que não ocorre normalmente antes do 1º ano de idade.


Existem várias teorias que tentam explicar a origem e a razão da gaguez, embora qualquer pessoa que tenha alguma vez tido contacto com um gago saiba identificar as suas características. A gaguez é um problema muito remoto que transcende a linguagem, a cultura e o tempo afectando mundialmente 1% dos adultos e 4% das crianças. Contudo, não existe nenhum traço de personalidade em comum nas pessoas que gaguejam que permita a sua explicação.
A forma como a gaguez se evidencia é muito variável. Uns dias pode ser mais notória, outros pode nem acontecer, sobretudo se o indivíduo estiver a cantar, sussurrar, falar em uníssono e, normalmente, quando está sozinho ou numa situação totalmente espontânea.
 A gaguez é definida, essencialmente, como uma dificuldade em modelar o fluxo do ar e do tempo durante o discurso, o que normalmente provoca grande angústia no gago, que tende a controlar a sua fala e acaba por manifestar frequentes bloqueios e tensão física (como tiques). É precisamente na tentativa de uma produção da fala mais fluente que o gago apresenta os comportamentos mais evidentes:
) Obstrução audível ou silenciosa;
) Repetição parcial da palavra (p.ex. pa-pa-papel);
) Repetição de frases (p.ex. qual é, qual é o teu nome?);
) Prolongamento de sons (p.ex. f-f-f-flor);
) Rupturas de palavras (p.ex. fe-liz);
) Interjeições (p.ex. mmm, ahhh);
) Palavras produzidas com demasiada tensão;
) Circunlóquios;
) Esforço.
          A gaguez não ocorre de igual forma em ambos os sexos - os rapazes têm uma probabilidade cerca de 4 vezes maior em relação às raparigas. A razão para isto não é, no entanto conhecida. Os factores hereditários também parecem ter algum papel na gaguez, mesmo que a transmissão genética de uma geração para a outra não tenha sido provada. Crianças com um parente gago activo ou já recuperado têm uma probabilidade ligeiramente maior de gaguejarem do que a população normal. Porém, as influências ambientais são o factor que mais contribui para que se desenvolva uma gaguez.
Qualquer pessoa que gagueje é capaz de ser fluente durante algum tempo, conseguindo, nomeadamente, sussurrar, falar em uníssono ou cantar, sem nenhuma hesitação. Estes exemplos sugerem que nada está, basicamente, errado com o mecanismo da fala de um gago. A maioria dos pessoas que gaguejam descrevem que os piores momentos ocorrem sob stress e tensão emocional, relatando situações tais como falar em público ou ao telefone, precisamente quando sentem necessidade de "esconder" a sua disfluência.
Um dos factores capazes de aumentar ou diminuir o grau da disfluência são os interlocutores do indivíduo gago. Na verdade, o que se verifica é que quando um gago tenta controlar o seu discurso para diminuir a disfluência, acaba por manifestar maior ansiedade e tensão e consequentemente, mais disfluência. Esse discurso, repleto de hesitações, pausas, bloqueios e repetições provoca um efeito de igual ansiedade no interlocutor, que por sua vez se apercebe das dificuldades do gago e perde a espontaneidade do acto comunicativo, manifestando de volta no seu discurso a sua perturbação e tensão quanto à fala do gago.
Este é um ciclo vicioso que não se verifica quando o gago está relaxado, em ambiente familiar e não sente necessidade de controlar a disfluência. Nessas situações a disfluência reduz consideravelmente e produzem-se menos efeitos negativos quer no gago, quer no seu interlocutor. A chave para o controlo da gaguez parece, então, estar na atitude tomada pelo gago, bem como pelos seus interlocutores, que deverão não mostrar a sua ansiedade quando entram em contacto directo com ele.

Um feliz percurso

Este foi um vídeo feito por mim na recta final do meu curso, em que eu me identifico e que inclusive eu dediquei a alguém em quem eu tenho um carinho muito especial e que já não vejo há algum tempo, mas que pretendo abraçar com todas a minhas forças assim que o destino nos volte a cruzar.
Para a elaboração deste vídeo eu fiz uma pesquisa alargada na Internet inclusive no YouTube de onde tirei os vários vídeos que atraves de excertos deles eu montei esta promoção turística da Madeira